domingo, 29 de maio de 2011

A porta.

A porta automática abriu quando por sensores notou sua presença. Passou a portaria, entrou no elevador. Pediu pelo quarto andar ao ascensorista. Entrou na sua baia. Pousou o paletó no gancho ao lado da mesa em forma de “L”. Começou mais um dia de trabalho. Fez duas ligações. Notou que, mais uma vez, furtaram sua caneta. “Absurdo” pensou, “meu nome estava escrito nela”, completou. Checou o e-mail da empresa. Pouco mais de dez mensagens. Checou o de uso pessoal. Zero. Resolveu as pendências até o meio dia. Desceu para o almoço.

A porta automática abriu quando por sensores notou sua presença. Resolveu ir ao outro restaurante. Não àquele que vai diariamente, mas o mais caro. Olhou a carta e pediu lagosta. Comeu o suficiente, pediu café curto e conta. A porta automática abriu quando por sensores notou sua presença. Pediu o quarto andar. Checou novamente o e-mail pessoal. Zero. Checou o profissional. Dois. Resolveu o que faltava. Olhou quando ela passou. Olhou através da janela alguns metros à direita. Sua baia é central.

Telefonou de seu celular para o serviço de acompanhantes. Pediu a de sempre, mas com um extra. Que trouxessem-lhe um bolo. Pegou o metrô. Abriu a porta de casa, a geladeira e uma cerveja. Sentou-se junto da TV e assistiu ao noticiário, enquanto esperava sua “encomenda” e lembrou que no momento em que porta automática abriu quando por sensores notou sua presença pensou ter ouvido-a falar “feliz aniversário”

Nenhum comentário:

Postar um comentário